Final de ano sempre correria em
São Paulo, cidade iluminada, um senhor com roupa de inverno vermelha impera ... em
pleno verão!!!rs. Alexandra, entediada, folheia um livro , ouvindo sua ópera
favorita: Carmina Burana. O cheiro da noite entrando pelo quarto , o ar quente
e úmido que balança a cortina e traz o convite
de mais uma aventura.
Deixando o livro sobre o
aparador, esticando-se como uma felina espreguiçando antes da caçada.
Garoa singela, passos rápidos,
faróis coloridos. Há muito tempo, ela observava aquele escritor, amante dos
seres noturnos. Uma mistura de curiosidade e admiração. Aquele homem, sempre
enaltecendo a vida noturna, seus seres
macabros.... tinha que se apresentar à ele, e ver sua reação.
Adriano, tinha trabalhado até
tarde naquele dia, tinha passado no supermercado para comprar algo para comer,
mal podia imaginar, a experiência que teria naquela noite.
Alexandra, o segue a caminho do
seu prédio.
Porque será que nunca achamos as
chaves quando estamos com as mãos cheias, molhado, e com pressa de chegar em casa e fazer a única coisa
que interessa: relaxar.
Enfim, em casa...
A janela estava aberta, em uma
sinfonia nada agradável, uma junção de Timbalada com vendedores de
quebra-queixo....mas que estranho, ele lembrava de ter deixado tudo fechado. Fechou
a janela, acendeu o abajur....tirou o sapato, esticou os pés....quando percebeu
uma forma feminina sentada a sua frente, totalmente ereta, enigmaticamente
imóvel.
Adriano, catatônico, sem
expressão, não sabia se saia correndo ou se pegava o caderninho para começar a
registrar a tal experiência, seria uma alma? Um demônio? Uma psicopata? Ou o
quê? O que diria a sua noiva????? Uma
mulher tinha entrado em seu apartamento, sem que ele ao menos tivesse
convidado?....ou será que seria uma vampira???? Aquele ser que ele sempre admirara.....
Neste momento uma voz aveludada e
grave, levemente erótica e feminina, atravessa a sala...
_ Não tema Adriano! Vim conhecer-lhe.
Ouvir suas ideias de perto, você muito me intriga.
Adriano, meio paralisado ainda,
respira e tenta se levantar.
Em um movimento instantâneo, ela
se coloca atrás dele, massageia seu ombro ....
_ Sim, é verdade, sou um ser
noturno, predadora, sugadora do néctar da vida...sangue humano. Mas não precisa
ter medo, vim por pura curiosidade, até ir embora, posso deixá-lo da mesma
forma como se encontra agora.
Adriano se arruma na poltrona.
_Bem! Eh....bom....o que a traz
aqui? Em que posso ajudá-la.
Alexandra, senta-se a sua frente,
esboçando um sorriso debochado....
_ Quero que me conte como surgiu
sua paixão por seres como eu.
Ele parecia estar embriagado,
como poderia aquele ser fictício, predador, totalmente sem piedade ou
consciência ....estar em sua casa?!?!
_ Bem.... eu sempre pensei que
vocês não existiam. Juro , que pensei que você fosse uma alma penada....por que
ninguém entra aqui , a porta estava trancada.
_Ha há há..... eu estava a fim de
me divertir hoje, e conversar....estou entediada....hoje não tinha nenhum ser
totalmente desprezível para eu livrar o mundo.
Levantou-se e desfilou pela
pequena sala , olhando fixamente para o escritor.....Colocando a pequena mão
fria e delicada em seu queixo ....
_ Adriano Siqueira, soa bem!!!
Não tem curiosidade em saber como é na real???
Com olhos em chamas, e presas
pontiagudas reluzentes, ela chega bem perto da jugular da presa....
Fechando os olhos, e vendo o
filme de sua vida passar pela sua mente, Adriano, se convence que jamais
voltará a ser o mesmo de antes. Terminará seus dias como comida de morcega....sua
algoz.... a mais bela e fria criatura, a versão feminina de Nosferatu. Aquela
figura, que o olhava como ave de rapina, não combinava com as últimas versões
românticas do cinema. Sempre se divertira com personagens más e perigosas....mas
se tornar vítima.... estava sendo cruel.
Foi quando o toque de psicose
começou a soar pelo ar , e Adriano se levantou de imediato, olhando em volta, e
procurando por todos os lados, resquícios da visita inusitada.
Sentindo-se aliviado, ele desliga
o toque de despertar de seu celular, e vai até o banheiro.....
De frente para o espelho do
banheiro, escrito em vermelho sangue, a prova de que não foi só um sonho...ou
seria pesadelo...rsrsrsrs.
“ Foi um prazer Sir Siqueira,
adoro fazer amigos que desafiam a minha natureza. Espero, na próxima visita
continuar lhe deixando caminhar entre os vivos. Espero ter-lhe dado mais
inspiração para escrever”
Alexandra
Andréa Costa
Amiga, sempre deixando suspense no ar!!!!!
ResponderExcluirHuiiiiiiii!!!!
Bjinhos
Bom dia Andrea.
ResponderExcluirestou vindo via facebook. Achei lindo e interessante seu blog.
Vou ser seguidor.
Abraços.
Jorge Bohaczuk.