Expressão sentida

Talvez eu não saiba realmente

Ou simplesmente por pura inocência

Expressar de maneira envolvente

É quase uma incoerência.

Formas efusivas, apelos incandescentes

As palavras faltam

Morrem bastardas descendentes

De meu sentimento insólito

Não pense que não sofro

Ou simplesmente não ligo

É um afã , um sopro

De meu maior inimigo

Aquele ímpeto sarcástico

Maldoso...

Orgulho dramático

As pontes não são facilmente construídas

O espaço entre mim e as sensações

Se mantém destruídas

Quem sabe um dia eu possa realmente

Vencer meu maior inimigo

 Sorrirei livremente

E serei novamente meu amigo

( Andréa C Narita )

Almas Compostas

Meus pés doem, já não podem mais correr.

Em meu íntimo o alívio é bem vindo, posso crer.

Sou parte das estrelas, meus antepassados,

Aquela linhagem , agora presente, outrora passado.

Um lugar, uma vida, outra história.

Seja guardada apenas em memória.

Sou todas e nenhuma.

Sou retalhos de uma colcha em suma.

Sentidos de uma alma

Lágrimas que minha impaciência acalma.

Todos os capítulos, passagens,

São partida e chegada dessas viagens.

O som, o cheiro, a sensação.

É certeza, declínio, proeza em meu coração.

Plenitude....

A alma corre, grita, lembra e ressuscita

Lampejos que me levam a um encontro que me incita.

Ao reencontro do ser

Tão difícil de encontrar .....e ver.

E no final, todas as respostas,

Estavam em meu interior; almas compostas.

(Andréa C Narita)

O encontro....

Sempre esteve ali

Satírico escárnio

Sortilégio pragmático

Como não vi?

Sentidos alarmados

Alma desconsolada

Alada... ferida

Feixes inflamados!!!

Sentimento pueril

Vem ao meu encontro

Na verdade, é só outro

Sentimento quase juvenil

O sorriso sincero

O olhar seguro

Vem de uma essência que talvez, por esmero

Tenha se encontrado em meio ao escuro

A leveza do ar

A certeza de doar

No íntimo, só uma brisa

Só uma antiga mente indecisa

(Andréa C Narita)

Aurora agonizante

Como o trote do cavalo

O som rítmico

Olfato aguçado

Pobre vassalo

Este é o meu....sentir despedaçado

Pobre ou rico?

Seria um intervalo?

O precipício de minhas ânsias

Perdem-se em agonia

Talvez em demasia

Refém das circunstâncias

O grito sobe 

Gélido ar 

Um tom esnobe

Quase um arrematar

Aurora 

Levante o olhar

Não mais como outrora

Ainda consegue amar?

(Andréa C Narita)

Será amor....dor???

A lâmina quente

O frio congelante

Ação ausente

Dor constante

O véu que encobre a dor

É mais sorte que azar

O que seria do amor

Se não fosse o receio de amar?

Talvez seja loucura

Essa forte desenvoltura

Talvez seja importante

O ponto culminante

A verdadeira eficácia

Do sentimento

Na realidade por pura falácia

Altera o coração, o batimento

Será amor...dor???

Ou será apenas ilusão

Algo que engana o próprio coração

(Andréa C Narita)

Intimidade

É natural, espontânea

Segura, doce, momentânea

Elo forte.... inabalável

Almejado....nem sempre viável

Intimidade é dar-se

 ............entregar-se

Por inteiro....sem pretérito

É conceito

É confiança

.....aliança

Talvez a companheira da ternura

Que encanta pela candura

E enfeitiça com o gesto

Mesmo tímido , modesto

Intimidade é amor

Inimigo da dor

Amor que não combina com a dor

Se for....não é amor

( Andréa C Narita )

Minha ave

Quando minha ave de tão pequena

Frágil, dócil e amena...

Se libertou , sem muita cena

Ágil, forte e serena

Quase que um sussurro se ouviu

Será seu karma?

Sua letra, efêmera fala....

Supriu pequenas faltas

Sumiu com o que tinha em pauta...

Surtiu, efeito vil.

Do alto da egotrip

Ao baixo do chão em seus pés.

No fundo, sempre valtarás

Ao início do que tu és...

(Andréa C Narita)



Equinócio de primavera

Eis que a semente da vida

Germinará no ventre abençoado

As trevas não tem mais lida

Pois o  sol será coroado

A vida se renova , como magia

Deusa mãe , sorte ....fertilidade

Sua beleza anuncia

O germinar e a felicidade

A natureza se faz afável e dócil

 Eis enfim , mais um equinócio...

(Andréa C Narita)

 .

DONZELA...MÃE.... ANCIÃ

Corre em minhas veias, tuas transformações...

Intuição aguçada, fortes emoções....

Ouço teu chamado, sábia mãe!

Contemplo a ti.....donzela, mãe e anciã.

Os ventos me trazem, novidades do ar

As águas lavam, o que  faz pesar

A terra energiza  meu pisar

O fogo purifica meu caminhar.

(Andréa C Narita)

Um beijo e uma liga....

 Ainda em estado delicado

 Fantasias tulmutuam

Silhueta adormecida ao  meu lado

Fortes braços me procuram...

Sentada ao lado da janela estou

Admirando , contemplando

Olho o que restou

Lua cheia me siga!

Aqui , calor me estiga

As horas escuras me fazem pensar

Visto me e com pesar

Lhe deixo um beijo e minha liga

......

　

(Andréa C Narita)

Cassandra de Tróia

Devota de Apollo

Fugiste de seu colo

Fúria em seu peito despertou

E com maldição a condenou

Ninguém nela acreditarias

A maior prefetisa

Louca estarias?

A queda de Tróia

Não tardaria

Pela tramóia

Ulisses venceria

Sacerdotisa violada

Cidade desgraçada

À Agamenon foi dada

Qual seu fim?

Essa história , jamais foi contada....

Andréa Costa Narita

Ternura

Talvez a parte mais importante

Calma, leve.....constante

Como a paixão, não é voraz

Porém, é mais que tudo.... é paz.

Mais vale ter a ternura

Que engana, a frágil doçura

Por vezes desconhecida

Confundida por ação desmedida

E a diferença, você se pergunta?

É amor, mais que paixão...é tudo que junta!

A ternura não peca, não faz alarde...

Ela permanece ...e não somente arde.

(Andréa C Narita)


Faz parte do livro Palavras do Brasil II - Editora Casa Cultura

TOMA ME

Toma me sem reserva,

Voraz

Sugue me a essência 
Sei que é capaz

Sinta me, absinto

Até a última gota

De ardor

Sutil e sublime

Cálida corrente

Segue ávida, ardente

Sensação eruptiva

Como arte efusiva

Enfim, volte a passos firmes

Após provar a mais rara loucura

Já certos da paz

Que só se faz

Na íntima doçura

Andréa C Narita

Universo de possibilidade

Cerraram - se os olhos da inocência

Na verdade sempre foram precisos

Mesmo semente, já havia coerência

Quantas foram as vezes

Que a dor se instalou?

Quantos reveses,

Apenas fortificou!

Alma vivida, calejada

Em uma nova aventura

Desperta na viagem desejada

Depois da desventura

Infinito universo de possibilidade

Chorar, rasgar!!!

Ah, que nada...só vaidade!

É repentina

Como em um parque de diversão

A adrenalina....

.....pouca duração.

O segredo?

É simples, é claro.

Não tenha medo!

Andréa C Narita

MALU

 

 

DOCE ANJO, QUE DO INFINITO ME OLHOU E ESCOLHEU

PRA LHE DAR MAIS QUE A LUZ....

DOCE ANJO, TÃO ESPERADA, TÃO AMADA

TEU AMOR SINTO EM CADA GESTO , PALAVRA

QUE DO ALTO DE SEUS POUCOS ANOS

JÁ DEMOSTRA TANTA GRANDEZA

AMA -ME COMO TUA MÃE, HEROÍNA ....DIVINA!

TEU ENCANTO POR MIM NÃO TEM ENGANOS

AMO-TE PARTE MINHA !!!!

CRIO -TE PARA A VIDA

PARA SABER TROPEÇAR , CAIR E PRINCIPALMENTE LEVANTAR.

 

E o nome da minha vida....vida esta que tanto gosto que seja vivida , é

"MALU"

Ouça-me

Ouça- me

Não como mero mortal

De fato boçal

Olhe - me

Com olhos d´alma

Que a ti acalma

Quantas vezes mais virei?

Quanto tempo levarei?

Entenda - me

Não com meias verdades

Nem com desculpas covardes

Ouça - me

Olhe - me

Entenda - me

(Andréa Costa Narita)

Pássaros raros

Asas livres, imensidão convida

Alma aventureira

A sorte dividida

Vida costumeira????ahhhhhh

Trago marcas curtidas

Relatos de vidas

Cicatrizes contidas

Ave de rapina?
Olhos de lince?
Não...não me defina

Pássaros raros são admiráveis
Obras do universo
Caminhos incansáveis

(Andréa C Narita)

Donzela de Orleans

Dos campos saiu

Para abraçar o Deus da Guerra

Por sussuros e lamentos

Que a levaram a tais tormentos

A massa inquisitória

Com  brasa ao seu santuário

Ardeu sob tais juizes

Somente por ser Joana

Seguir seu intento

Outrora .....

Para consertar

Reconheceram seu valor

Talvez para esquecer

Que a queimaram no calor

 Jamais surgiu ou surgirá

Tamanha guerreira no ar.

 (Andréa C Narita)

Nota : Joana D´arc , a maior guerreira que a história já teve. Nasceu na França, saiu dos campos, liderou  exércitos de homens. E por interesses vis, foi condenada à morte na fogueira inquisitória, como herege. Foi queimada viva na cidade de Rouen, no dia 30 de maio de 1431

O olhar

Não se pode oprimir

Nem omitir

Janelas da alma

Que por terra põe a calma

Lampejos Dejá vu

Obra de maestria

Expõe um olhar nu

À tua poesia

Entrega o que não posso mais

Profere o que as palavras calam

Definem o que mais!

Até os poros exalam...

(ANDRÉA C NARITA)

ECLIPSE

Consegue sentir?........A erupção orgasmica....que emana de minha rósea aura....não há espaço, nem obstáculo......que impeça

É minha alma que anseia pela tua......Ouça o chamado!

Por vidas lhe esperei....

Caíra o véu entre os portões da eternidade....

E como em um eclipse.... o sol se unirá a lua.

(Andréa C Narita)